As obras de implantação do BRT em Salvador está causando polêmica na área ambiental.
Neste quinta-feira (10), pessoas realizaram a gravação de vários vídeos, onde um operário da obra na região da Av. Vasco da Gama derruba mais uma árvore sem piedade, com um equipamento conhecido como moto-serra.
Um protesto contra a obra de implantação dos corredores já havia sido realizado no início das obras, e neste estavam presentes famílias, jovens e crianças. O protesto, convocado por grupos ambientalistas de Salvador, foi realizado no trajeto em que será implantado a primeira fase do BRT, na avenida Juracy Magalhães Jr.
Um dos motivos do ato foi denunciar o corte de 579 árvores. Segundo a prefeitura, a remoção das árvores é necessária para a implantação do corredor exclusivo de ônibus, que prevê replantio e compensação.
As obras do primeiro trecho do BRT de Salvador tiveram início no dia 29 de março de 2018. Com 2,9 km de extensão, o trecho ligará a região do Parque da Cidade à estação de integração do metrô na área da rodoviária e Shopping da Bahia. O segundo trecho do BRT, com 5,5 km de extensão, ligará o Parque da Cidade e a Lapa.,
Na Época o Diplomata Cívil Marcos Mattos,, afirmou durante o ato, segundo o Enxame Baiano. “Este espaço é cheio de árvores. Com esse projeto do BRT, tudo isso será perdido. Será um patrimônio paisagístico perdido”.
A ONG Gambá, outras entidades e organizações participaram do ato, como o Movimento Salvador Sobre Trilhos, Jaguaribe Vivo, Fundação Terra Mirim, entre outros.
Para o Diplomata Marcos Mattos, “não há proposta de compensação que resolva isso daqui. Há árvores que estão lá há muitos anos. E tem também a questão do projeto em si que a gente acha que não vai melhorar. Não tem demanda suficiente para este investimento“.
Luís Prego, um dos coordenadores do Movimento Salvador Sobre Trilhos, considerou o custo da obra “absurdo“. “Vão suprimir a vegetação desnecessariamente. Já existe a faixa exclusiva de ônibus que é subutilizada“, frisou.
Abaixo assinado
Um abaixo assinado formulado pela organização do movimento está coletando assinaturas contra o corte das árvores.
Outro motivo de crítica dos protestos daquele domingo refere-se ao custo da obra. Segundo Ministério das Cidades, o custo total da obra está orçado em R$ 820 milhões. O valor é o mais caro quando comparado ao de outras regiões do país.
Na época, os manifestantes protestaram também contra o revestimento dos rios Lucaia e Camarajipe.