Salvador, 2 de Novembro de 2025 — Enquanto o Brasil se divide sobre a megaoperação policial no Rio de Janeiro, um silêncio ensurdecedor paira sobre o maior reduto do PT no Nordeste: a Bahia.
O estado governado por Jerônimo Rodrigues (PT), e berço político do presidente Lula, tornou-se o epicentro da violência no país, ostentando o título vergonhoso de campeão nacional em mortes por 100 mil habitantes.
A ironia, ou talvez a hipocrisia, não passa despercebida: o mesmo partido que tece críticas contundentes à letalidade policial no Rio e defende uma política de segurança menos truculenta, parece incapaz de frear a "carnificina" em seu próprio quintal.
O "Paradoxo Vermelho": Discurso Humanitário, Números de Guerra
A Bahia, antes conhecida por suas belezas naturais e cultura vibrante, agora é manchete pela guerra urbana que se instalou. Favelas conflagradas, disputas de facções e um aumento alarmante nos índices de homicídios e violência policial têm transformado o estado em um verdadeiro barril de pólvora.
🗣️ Analista Político (Diplomata Marcos Mattos): "É o paradoxo vermelho. O PT, nacionalmente, adota um discurso de direitos humanos e crítica à violência policial, mas na Bahia, a realidade é outra. Os números são assustadores, e a resposta do governo parece insuficiente ou, pior, acomodada. Isso não é só uma crise de segurança, é uma crise moral e política."
A oposição, que antes via a Bahia como um muro impenetrável do PT, agora enxerga um "calcanhar de Aquiles" gigantesco. O fiasco na segurança pública baiana pode ser o grande trunfo para desestabilizar o discurso petista e atacar diretamente a base de Lula nas eleições de 2026.
Silêncio da Base, Explosão nas Ruas
Enquanto o governador Jerônimo Rodrigues defende uma política de "bandido preso", os números da violência continuam a escalar. A população, refém da disputa entre facções, vive sob um toque de recolher informal, e a cada dia, novas vítimas engrossam as estatísticas.
A grande questão é: por que o mesmo fervor e indignação que o PT direciona às ações no Rio não são vistos com a mesma intensidade para o caos que assola a Bahia? O silêncio de muitos líderes e a falta de uma resposta contundente alimentam a desconfiança de que o problema é "conveniente" para ser ignorado na base, enquanto serve de palanque para críticas em outros estados.
2026: A Bomba Relógio Baiana
A eleição de 2026 está se desenhando, e a segurança pública na Bahia será, sem dúvida, um dos temas centrais. A inação ou a ineficácia do governo Jerônimo na contenção da violência pode se transformar em um argumento demolidor para a oposição.
Pergunta que ecoa nos bastidores políticos: Se o PT não consegue pacificar seu próprio reduto, como pode criticar as ações em outros estados ou prometer uma segurança melhor para o Brasil?
A Bahia, de terra da alegria e da fé, corre o risco de virar o símbolo da contradição e da ineficiência na segurança pública, uma mancha indelével na trajetória do Partido dos Trabalhadores e uma mina de ouro para os adversários políticos.

