O Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu, nesta segunda-feira (24), o julgamento da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal com emprego de arma. A interrupção ocorreu após um pedido de vista do ministro Nunes Marques, adiando a decisão sem prazo definido para retomada.
A parlamentar se tornou ré após um episódio ocorrido na véspera do segundo turno das eleições de 2022, quando sacou uma arma e perseguiu o jornalista Luan Araújo, em São Paulo. O caso aconteceu após um desentendimento entre os dois durante um ato político no bairro dos Jardins.
Até o momento, o placar do julgamento registra cinco votos a favor da condenação de Zambelli a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto, além da perda do mandato. O relator, ministro Gilmar Mendes, destacou que a conduta da deputada violou os princípios do Estado Democrático de Direito.
“A reação armada diante de ofensas não encontra amparo no Estado Democrático de Direito”, afirmou Mendes em seu voto. Os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Cristiano Zanin acompanharam o relator.
A defesa da deputada alega que não teve a oportunidade de realizar sustentação oral no julgamento, o que, segundo o advogado Daniel Bialski, configura cerceamento de defesa. “Essa seria a melhor oportunidade de evidenciar que as premissas colocadas no voto estão equivocadas”, afirmou Bialski.