O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), rebateu, nesta segunda-feira (17), as críticas feitas pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), sobre a morte de uma mulher em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da capital baiana. Em discurso no município de Itabuna, na última sexta-feira (14), o ex-governador criticou o gestor e disse que “não foi a mãe dele nem a filha dele que morreu por falta de oxigênio”.
O comentário gerou indignação, já que a mãe de Bruno Reis faleceu quando o prefeito ainda era criança. O líder da Oposição na Assembleia Legislativa da Bahia, Tiago Correia (PSDB), saiu em defesa do prefeito pela insensibilidade do petista e classificou a declaração como “vale-tudo” no discurso político.
Resposta de Bruno Reis
Durante a reinauguração da Escola Municipal Cônego Emílio Lobo, no bairro São Caetano, Bruno Reis acusou Rui Costa de estar desinformado sobre a realidade da saúde em Salvador.
“É claro e evidente o nervosismo diante do desastre que estão os governos federal e estadual. Mais uma vez, o ministro da Casa Civil, desinformado porque não vive a realidade da Bahia, especialmente de Salvador. Nós demos todo apoio desde a chegada da paciente à UPA”, afirmou o prefeito.
O prefeito também reforçou que a paciente recebeu atendimento e lamentou a perda. “Os vídeos estão aí, comprovam. Teve todo atendimento. Infelizmente, a gente lamenta, sente a perda de uma vida”, disse.
Ele ainda ironizou o ministro ao relembrar o escândalo da compra dos respiradores pelo Consórcio do Nordeste durante a pandemia, quando R$ 53 milhões foram pagos antecipadamente por equipamentos que nunca chegaram.
“Se minha gestão precisar de algum conselho na área de oxigênio, respirador e falta de ar, pode ter certeza que vou recorrer a ele. Ele é o maior especialista nessa área, na Bahia, deu um rombo para os cofres públicos de R$ 53 milhões, dinheiro que até agora não foi devolvido”, criticou.
Críticas de Rui Costa
O ministro Rui Costa criticou a gestão municipal após a morte de Adinailza Souza, de 42 anos, que faleceu na UPA do bairro Pau Miúdo, em Salvador. A família da paciente denunciou demora no atendimento e falta de oxigênio.
“Fácil é jogar pedra, difícil é ir para frente da TV explicar porque uma senhora morreu por falta de oxigênio em uma UPA municipal e o prefeito ainda vai dizer que ela teve um bom atendimento. Porque não foi a mãe dele, nem a filha dele que morreu por falta de oxigênio”, declarou Rui Costa.
Bruno Reis, no entanto, negou a acusação e afirmou que a paciente recebeu atendimento imediato. “A gente luta para evitar mortes diariamente nesta cidade. Ela teve um atendimento imediato, não houve problema nenhum de falta de oxigênio, mas infelizmente não resistiu e nós lamentamos muito a perda de uma vida”, afirmou o prefeito.
Atraso na entrega de escola para crianças autistas
Durante o evento em São Caetano, Bruno Reis também explicou o atraso na entrega da Escola Municipal do Curralinho, no bairro do Stiep, que atenderá mil crianças no espectro autista. Prevista para ser entregue em 2023, a obra sofreu atrasos devido a problemas estruturais e está em fase de relicitação.
“Essa escola conta com recursos federais e municipais. O terreno foi doado à Ama [Associação dos Amigos dos Autistas na Bahia], mas apresentava uma topografia irregular, exigindo um aditivo de 25% no orçamento para refazer a fundação. No entanto, a legislação não permite um acréscimo superior a esse percentual. Assim, tivemos que cancelar o contrato e relicitar a obra”, explicou.
Reis garantiu que a escola será concluída. “Essa é uma grande obra em um local desafiador e contará inclusive com uma piscina. Os desafios técnicos foram superados, e estamos relicitando para finalizar a construção. Na nossa gestão, não deixamos obras inacabadas. Todas as obras que iniciamos, mesmo nos locais mais complexos, foram concluídas”, finalizou o prefeito.