O novo secretário municipal de Mobilidade (Semob) de Salvador, Pablo Souza, tomou posse nesta quarta-feira (5), no Palácio Thomé de Souza, substituindo Fabrizio Muller.
Durante seu discurso, Souza destacou os desafios do transporte público na capital baiana e criticou a falta de subsídios dos governos federal e estadual para o setor.
“Iniciei minha jornada há 17 anos aqui na Prefeitura de Salvador, onde me sinto em casa e onde vivenciei, com o secretário Fabrízio, grandes aprendizados que abriram muitos caminhos na minha vida. Hoje, retorno com muita alegria como secretário de mobilidade da cidade de Salvador. Para mim, é uma grande honra, fruto de muito trabalho, além de muito trabalho pela frente”, afirmou.
Ele ressaltou os avanços da gestão municipal, como a entrega do BRT, a implantação dos primeiros ônibus elétricos e a construção do maior terminal público de recarga do país.
Segundo Souza, apesar das dificuldades enfrentadas pelo sistema de transporte, a cidade conseguiu alcançar 40% da frota de ônibus com ar-condicionado, com a meta de chegar a 70% ainda este ano.
No entanto, o novo titular da Semob alertou para o modelo de financiamento do transporte coletivo, que impacta diretamente o custo da tarifa para os usuários.
“A lógica de financiamento do transporte coletivo é um grande desafio, como sabemos, em todas as cidades brasileiras. Todos os custos e investimentos acabam, em alguma medida, se traduzindo na tarifa. 60% dos usuários do transporte público recebem, em média, até um salário e meio por mês. 85% deles utilizam os ônibus cinco ou mais vezes por semana para trabalhar”, explicou.
Souza criticou a ausência de investimentos externos para aliviar os custos da população.
“Nós sabemos o tamanho da desigualdade social da nossa cidade e a dedicação incansável da prefeitura em superar esses obstáculos. Não há subsídio do governo federal, nem do governo estadual para ajudar os usuários de transporte de Salvador”, concluiu.