O presidente do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB), Joaci Góis, criticou duramente o secretário de Cultura do Estado, Bruno Monteiro, após a redução de 80% nos repasses destinados à entidade. O corte nos recursos, essencial para a preservação do acervo histórico da Bahia, colocou em risco a continuidade das atividades da instituição centenária.
Durante entrevista ao Boa Tarde Bahia, da Band FM, Joaci Góis afirmou que a decisão de Bruno Monteiro foi “antipática e agressiva”, acusando o secretário de agir como um “credor”, em vez de um protetor do patrimônio cultural baiano. “Seria um crime de omissão, particularmente meu, diante de um jovem com pinta e convocação para ditador numa Secretaria de Cultura que deveria preservar, mas age de forma contrária”, declarou Joaci. Ele ainda disse que espera que Monteiro venha a público justificar a decisão.
O conflito entre o IGHB e a Secretaria de Cultura, segundo relatos, começou após o Instituto convidar o ex-chanceler do governo Jair Bolsonaro, Ernesto Araújo, para um evento em novembro de 2023. A ausência de consulta prévia à SECULT teria gerado desconforto, especialmente após o convite subsequente a Aldo Rebelo, ex-PCdoB e crítico do governo Lula, para o lançamento de um livro. Essa situação afetou relações entre as instituições.
Diante da situação, o IGHB, com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA) e outras entidades, impetrou um Mandado de Segurança contra o Governo do Estado, buscando reverter a exclusão do Instituto do Programa de Ações Continuadas do Fundo de Cultura da Bahia (FCBA). Sem esses recursos, que representam 85% do custeio da instituição, a entidade, que há 130 anos preserva a história baiana, corre o risco de fechar suas portas.
O Governo do Estado ainda não se pronunciou sobre o corte, mas o IGHB já solicitou formalmente ao governador uma revisão da decisão.