Milhares de pessoas acompanharam o cortejo em homenagem ao Senhor do Bonfim na manhã desta quinta-feira (12). O trajeto de oito quilômetros que vai da Basílica da Conceição da Praia, no Comércio, até Colina Sagrada, no Bonfim, contou com a participação de baianos, devotos, turistas, representantes do candomblé e políticos.
Foi decidido o destino do jegue na Lavagem do Bonfim: Ele não pode mais desfilar pelas ruas da cidade baixa durante os festejos da lavagem.
A decisão foi tomada pelo juiz Rui Eduardo Brito, da 6ª Vara da Fazenda Pública, que proibiu a presença de animais na tradicional festa baiana. A decisão, tomada após uma solicitação da Vereadora e protetora dos animais Ana Rita Tavares.
Prefeito Bruno Reis e a
Vereadora Ana Rita Tavares
A festa começou às 8h com a celebração de um ato ecumênico no adro da Basílica da Conceição da Praia. O padre Everaldo Pires da Cruz, que conduziu a celebração, destacou a necessidade de união e convivência pacífica entre as pessoas.
Tradição secular, o rito é uma celebração inter-religiosa que começou a ser feito em 1773. Inicialmente, fiéis da "Devoção do Senhor Bom Jesus do Bonfim" faziam com que negros escravizados lavassem e ornamentassem a Igreja como parte dos preparativos para a festa do Senhor do Bonfim. Mais tarde, a lavagem passou a ser parte da cerimônia das Águas de Oxalá, para os adeptos do candomblé. Acontece na quinta-feira que antecede o segundo domingo após o Dia de Reis, no mês de janeiro. O cortejo e a lavagem mobilizam milhares de fiéis, simpatizantes e turistas.
O cortejo começa na Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no bairro do Comércio até o alto do Bonfim. Na igreja, as escadarias e o átrio são lavados pelas baianas com água de cheiro. Além da parte religiosa, a festa segue no largo do Bonfim. Uma das datas mais importantes da capital, a lavagem movimenta a cultura e a economia de Salvador, com festas espalhadas por toda a cidade e para todos os públicos.