Três novos setores foram autorizados a reabrir e os que já estão em operação tiveram mudanças.
É contando com esse perfil de cliente que os shoppings esperam incrementar as receitas das próximas semanas. Até agora, esses estabelecimentos só podiam operar de terça-feira a sábado. Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Shoppings Centers (Abrasce), Edson Piaggio, o domingo do Dia das Mães teve um faturamento 25% maior que a semana anterior, em que no domingo estava fechado, porém ainda distante das vendas de 2019.
“Abrir aos domingos e segundas-feiras faz muita diferença porque existe uma relação direta entre o número de vendas e o horário de funcionamento. Além disso, ter mais dois dias para ir aos shoppings ajuda a evitar aglomeração. A gente já esperava por essa reabertura, porque já ficou comprovado que os shoppings são ambientes seguros e que adotam protocolos rígidos para evitar o contágio”, afirmou.
Para quem trabalha nesses centros comerciais, dois dias a mais podem simbolizar incremento na renda. A maioria dos trabalhadores desse segmento depende da comissão das vendas para conseguir pagar as contas. O presidente do Sindicato dos Comerciários, Renato Ezequiel, contou que cerca de 90 mil pessoas trabalham como vendedores de lojas em Salvador e que toda a categoria foi afetada pela crise.
“A reabertura é algo positivo. O comércio não pode ficar parado, o trabalhador precisa trabalhar, mas os protocolos de segurança têm que ser seguidos. É preciso manter o uso de máscara, o distanciamento social, e controlar o número de clientes dentro das lojas. Recebemos poucas denúncias de irregularidade, mas é sempre importante frisar. O que nos preocupa, agora, é a lotação do transporte público”, comentou Ezequiel.
Para evitar a aglomeração nos ônibus, a prefeitura manteve os horários escalonados na fase amarela. Shoppings, por exemplo, só podem operar das 10h às 21h, bares e restaurantes das 11h às 21h30, e o comércio de rua das 10h às 18h. Para o presidente do Sindicato dos Lojistas (Sindilojas), Paulo Motta, a reabertura das lojas de rua sete dias por semana torna o cenário de recuperação mais otimista.
“O faturamento do Dia das Mães foi 10% menor que em 2019. Não é possível comparar com 2020 porque no ano passado estava tudo fechado nessa data. Estamos confiantes de que a situação vai melhorar. Se a ocupação dos leitos for mantida em 75%, e a tendência é de que comece a regredir, as chances de caminharmos para a normalidade são muito grandes”, afirmou. Segundo o sindicato, existem 12 mil lojas em Salvador.
Fase Amarela
A manutenção da ocupação dos leitos de UTI em 75% nos últimos dias foi uma das justificativas apresentadas pelo prefeito Bruno Reis para autorizar a ampliação no funcionamento dos setores e a reabertura de outras atividades.
Além disso, foi observada queda por 15 dias consecutivos na média móvel de novos casos de covid-19, redução por seis dias seguidos na média móvel de casos ativos, e a quantidade de pessoas vacinadas na capital com a primeira dose superou os 600 mil, o que representa 30% do público alvo (pessoas acima de 18 anos), ou 20% da população.
Na fase amarela não existe mais restrição de dias, apenas de horários, e o toque de recolher é às 23h - mas na Bahia ele ainda está restrito às 21h, por isso, a prefeitura informou que a fase foi ativada parcialmente. A última etapa antes da liberação total é a verde, momento em que os horários ainda são escalonados, mas não existe mais toque de recolher. Não há previsão de quando ela será ativada.
Cinemas, clubes e centros
A titular da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Emprego e Renda (Semdec), Mila Paes, contou que a decisão de autorizar a retomada de cinemas, clubes sociais, recreativos e esportivos, além de centros e espaços de convenções, foi tomada com base no cenário da pandemia.
“Cada um desses segmentos tem protocolos específicos, ainda com diversas restrições no funcionamento, mas já estão autorizados a reabrir. Além disso, a gente observa algumas proibições do decreto estadual e as atividades que a gente não autoriza nesse momento têm uma relação direta com a restrição do decreto, como é o caso dos teatros, museus e circos. A situação ainda é de muito cuidado”, contou.
No caso dos cinemas, a capacidade máxima das salas deve ser limitada a 50 pessoas, o uso de máscara é obrigatório durante o filme, e é preciso distanciamento de duas poltronas vazias entre cada cadeira ocupada. A compra dos ingressos dever ser feita de forma virtual e é permitido adquirir até duas poltronas vizinhas na mesma compra.
“A venda física de ingressos poderá ser realizada, desde que sejam colocados dispensadores de álcool 70% ao lado de cada bilheteria e haja separação por barreiras físicas entre os clientes e trabalhadores dos cinemas, que deverão estar usando máscaras e face shield”, diz o decreto.
Já os clubes sociais, recreativos e esportivos terão que limitar a capacidade a 30% ou uma pessoa para cada 9m&³2;. O uso de máscara e a aferição da temperatura de funcionários e clientes são obrigatórios. A prática de esportes de alto rendimento está permitida, desde que sejam obedecidas as medidas de distanciamento mínimo de 1,5m entre todas as pessoas envolvidas, quando usando máscaras, e de 2m quando não estiverem usando máscaras, sendo essa última situação exclusiva para atividades aquáticas.
Para os centros e espaços de convenções, a capacidade máxima de ocupação será de uma pessoa a cada 6m&³2; de área total do empreendimento e, dentro das salas e salões de eventos e exposições, o limite máximo é de 50 pessoas simultâneas, sempre respeitando o distanciamento mínimo de 1,5m entre os presentes. Estão autorizados apenas os de caráter científicos e profissionais.
Confira os horários de funcionamento de cada setor: