O Tribunal de Contas da União (TCU) recomendou a abertura de um processo contra o ministro da Defesa, general Braga Netto, para averiguar a conduta da sua gestão de enfrentamento da Pandemia no período em que comandou a Casa Civil e o Comitê de Crise do governo federal.
No documento, o órgão aponta "graves omissões" do General que não teria "contribuído da forma que seria esperada para a preservação de vidas", afirmou o relator do processo o ministro Vital do Rêgo.
A abertura do processo pode se somar à CPI da Covid no Senado no desgaste da gestão do presidente Jair Bolsonaro (Sem Partido). Na Casa Civil, Braga Netto foi designado por Bolsonaro para coordenar o Comitê de Crise da pandemia e de acordo com auditoria, houveram falhas no trabalho do comitê e transferência de responsabilidades ao Ministério da Saúde.
"Constatou-se que inexistem diagnósticos elaborados que contenham as informações supracitadas (sobre diagnósticos conjuntos), bem como inexistem novas diretrizes voltadas especificamente para o enfrentamento à segunda onda de covid-19", diz trecho do documento, de 15 páginas.
Em resposta ao jornal Estadão, o Ministério da Defesa alegou que não houve omissão do Comitê de Crise e citou que "inúmeras atividades e ações" foram coordenadas pelo comitê, como a abertura de crédito de R$ 20 bilhões para vacinação contra covid e a disponibilização aos Estados de mais de R$ 115 bilhões para ações de saúde pública.
"Todas as ações executadas seguiram a
diretriz geral de 'salvar vidas, preservar empregos e empresas e priorizar aos mais vulneráveis'. Nesse sentido, o Brasil é um dos países com o maior número de recuperados, quase 12 milhões de pessoas", afirmou em nota.