“Essa menor relação, ou conexão comercial, do Brasil com os Estados Unidos, comparativamente com o México, induziu sensação por parte dos agentes de mercado de que eventualmente uma política de tarifas mais pesadas possa prejudicar mais o México do que o Brasil”, afirmou. No entanto, Galípolo ressaltou que o melhor seria não haver “guerra comercial”.
“Perceba que há uma sutileza aqui: eu não estou dizendo, que com as tarifas, é melhor para o Brasil. Com certeza, não há dúvida de que em qualquer condição do comércio global é melhor não ter uma guerra tarifária. O que eu estou colocando aqui simplesmente é que no relativo, ou seja, comparativamente, talvez para o Brasil seja menos prejudicial do que, por exemplo, para o México”, explicou o presidente do Banco Central.
Princípio da Reciprocidade
Ainda nesta sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reafirmou que o Brasil vai aplicar o princípio da reciprocidade, se o presidente Donald Trump cumprir com a afirmativa de cobrar mais caro as tarifas de importação do país. “Eu ouvi dizer que vai taxar o aço brasileiro. Se taxar o aço brasileiro, nós vamos reagir comercialmente, ou vamos denunciar à Organização [Mundial] do Comércio [OMC], ou vamos taxar os produtos que a gente importa deles”, disse em entrevista à Rádio Clube do Pará, em Belém.
Trump vem prometendo aplicar tarifas exorbitantes a vários países que têm superávit comercial com os Estados Unidos, como a China, e até mesmo para parceiros mais próximos como México e Canadá. O presidente americano também anunciou uma taxação de 25% sobre as importações de aço e alumínio, sem estabelecer quaisquer isenções e cotas isentas de impostos para os principais fornecedores, do qual o Brasil está incluso.