O índice representa uma redução de 0,6 ponto percentual em relação a dezembro e de 2 pontos percentuais na comparação com janeiro de 2024.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) também aponta que 29,1% das famílias estão com dívidas em atraso e 12,7% não terão condições de quitá-las. Em dezembro, esses números eram de 29,3% e 13%, respectivamente. Foi o primeiro recuo na inadimplência desde julho de 2024.
O cartão de crédito segue como a principal modalidade de endividamento, presente em 83,9% dos casos, número 3% menor do que o registrado no início de janeiro. O técnico em logística Cesar (nome fictício) está entre os brasileiros que não conseguirão pagar suas dívidas. Ele e a família enfrentam dificuldades financeiras desde que sua esposa precisou se afastar do trabalho para tratar um câncer no final de 2023. Sem o adicional noturno que ela recebia como enfermeira, os gastos com financiamento imobiliário e empréstimos se acumularam.
“A prioridade agora é o bem-estar da minha esposa e da família. Espero conseguir melhores condições de pagamento após a renegociação com o Procon”, afirmou Cesar.
Já a professora Danieli Silveira conseguiu sair da situação de endividamento ao reduzir gastos, evitar parcelamentos e adotar compras à vista. “Estou me policiando e aprendendo que o consumo consciente é a melhor saída”, disse. Danieli enfrentou dificuldades financeiras após perder o emprego e recorrer ao cheque especial e ao cartão de crédito para cobrir despesas básicas.
Mesmo com a queda nos índices de endividamento e inadimplência, a CNC estima que a tendência pode se reverter ao longo do ano. A expectativa é de alta a partir de março, com projeção de que 77,5% das famílias estejam endividadas e 29,8% inadimplentes até dezembro.
A pesquisa também destaca que as famílias com renda de até três salários mínimos foram as únicas a apresentar aumento no endividamento, atingindo 79,2%. Além disso, 18,4% desse grupo não terão condições de pagar suas dívidas. O levantamento indica que um quinto das famílias brasileiras endividadas comprometem mais da metade de sua renda com dívidas.
Com informações da Agência Brasil.